segunda-feira, 22 de junho de 2015

Algumas coisas sobre mim...

 Eu coloquei um post no facebook sobre escolhas religiosas e sei que tem muita gente que me acha radical nas coisas que digo e que posto, então aqui vai um resumo da minha história religiosa e das minhas escolhas. E sim, eu fui cristão.
 Nasci e fui batizado como cristão/católico (não tive escolha, apesar de até hoje não saber em que meu pai acredita, só sei que ele não é cristão), cresci e aos 7 anos fiz a minha primeira comunhão (também não tive escolha em relação a isso), como esse era o único universo que eu conhecia me tornei coroinha, aos 13 anos eu fiz a minha crisma (apesar de ser algo que você tem que escolher se quer fazer ou não existe toda uma pressão social-familiar e de amigos pra que você faça isso), ou seja também não tive escolha, seguindo esse caminho com 14 anos eu era professor de crisma (pois sabia muita coisa sobre o cristianismo/catolicismo, mas nessa época eu já lia muito sobre outros assuntos que me interessavam e chamavam minha atenção, eu lia sobre bruxas, vampiros, fantasmas, fadas, magia, ocultismo, etc e me sentia bem lendo sobre isso. 
 Mas veja bem era algo extremamente complicado se eu deixasse de ser cristão nessa época, eu seria criticado e rejeitado pela minha familia, amigos e sociedade, o que já não era fácil, pois desde os 10 anos de idade que eu sabia que era gay, então vejam minha situação, 13 anos e ser um gay não cristão, eu seria uma aberração bizarra perante os olhos da minha familia, amigos e sociedade), no que se refere ao cristianismo eu também lia muita coisa e sabia sobre as coisas "certas" e também sobre todos os erros do cristianismo em geral (eu nunca me senti bem dentro do cristianismo, era algo que me incomodava, me dava aflição e eu não conseguia entender o porque). 
 Aos 27 anos senti um chamado, vontade, na verdade foi uma crise e eu quis me tornar sacerdote, procurei entrar pra ordem beniditina e me tornar monge, então percebi que estava cometendo um erro, foi minha primeira escolha dentro da religião. Aos 33 anos (número emblemático esse) eu decidi que não seria mais cristão, aquele não era meu caminho, não era minha vida, não era EU, foi quando eu encontrei meu caminho, minha casa, minha familia, quando eu descobri quem eu era de verdade e me tornei Wicca. Foi minha segunda escolha dentro do meu caminho religioso. 
 Hoje eu sou bruxo e pagão, é o que eu sou, é quem eu sou, é minha escolha e decisão minha e não me importo com o que os outros pensam, eu pude realmente escolher em que e no que acreditar, pois a fé é algo individual, deve ser uma escolha individual e não algo imposto só pra perpetuar um status quo de poder e opressão religiosa e viver em um Estado Laico me permite fazer essa escolha. 
 80% dos cristãos só o são por que são obrigados a isso, a serem cristão, não é uma escolha deles, eles são ensinados a acreditar que isso é o certo, e quando um deles resolve não ser mais cristão sofre todo peso, opressão e rejeição por parte da familia, amigos e sociedade por causa disso. 
 Tem familias que inclusive obrigam os filhos a só poderem namorar com alguém da mesma igreja que frequentam (vejam bem, não é nem mesmo da mesma religião, é da mesma igreja). Onde está o direito de escolher no que/ em que acreditar? Até onde sei dentro do cristianismo existe o chamado livre arbítrio dado pelo deus cristão. Se o deus cristão deu o direito de escolha, por isso não é respeitado pelos outros cristão que seguem a esse deus?
 Bem era isso o que eu tinha pra dizer sobre minhas escolhas religiosas. 
 E quando eu falo/posto sobre o cristianismo eu faço isso com o conhecimento e causa de alguém que além de ler e saber sobre a religião (eu li a bíblia mais de um vez e o apocalipse pelo menos umas dez vezes já que era o único livro que eu realmente achava interessante e tentava entender/decifrar as metáforas que tem nele, pois já naquela época eu sabia que aquilo não era nenhuma previsão do futuro, mas sim falava sobre coisas, pessoas e acontecimentos de quando foi escrito) vivia enfiado dentro da igreja e quase se tornou um sacerdote cristão.
 Tá ai meu resumo de vida religiosa e minhas escolhas de vida e na vida.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Dia do beijo.

Passaria horas beijando
minutos perdidos nos lábios de outro
corpo no corpo
boca na boca
de olhos fechados
ou abertos espiando dentro da alma alheia
na troca de energia promovida pelo contato da carne labial
a respiração sempre ofegante
por medo que o momento acabe
por medo da separação
dos lábios
dos corpos
das almas
um silêncio dividido por dois
embalado pela sinfonia do universo
o carinho
o amor
o afeto
a paixão
ditos sem nenhuma palavra
apenas no toque dos lábios
na testa
no rosto
e no lábio alheio
um toque que tem a força de uma explosão nuclear
beijo pedido
beijo roubado
mas nunca forçado
pois se é forçado não tem validade nem sabor
sabor de chegada
sabor de partida
sabor de tristeza
sabor de alegria
sabor único que não se explica
só se sente
quando se beija.
By Denis Machado Leão​ (acabei de escrever)