Quando...

Quando nossa alma tenta rasgar nossa pele e sair do nosso corpo...
Quando nosso coração bate descompassado sem saber porque...
Quando a alegria é só uma máscara que esconde sentimentos incertos...
Quando não sabemos bem que sentimentos sentir, nem porque, nem praque...
Quando a lágrima que cai pelo nosso rosto na verdade é um grito que não conseguia sair pela nossa garganta...
Quando temos de nos esconder dentro de nós mesmos simplesmente porque não entendemos o que esta acontecendo conosco...
Quando fugir já não vale mais a pena e encaramos de pé e peito aberto o que tiver de nos atingir, não importanto o quanto nos machuquemos...
Quando chorar parece ser mais natural do que sorrir e o sofrimento é mais constante do que a felicidade...
Quando o rosto que você vê no espelho é o seu ao invés de algo mais interessante...
Quando você não sabe porque se apaixonar, nem porquem, nem praque...
Quando viver se torna chato e morrer é uma coisa sem graça...
Quando sentar de costas para o pôr do sol no alto de uma montanha parece ser a melhor coisa a se fazer...
Quando a noite já não tem mais mistérios...
Quando você tem medo de afastar a magia de dentro de você mesmo sabendo que nem a morte pode fazer isso...
Quando você se sente inquieto...
Quando um labirinto parece ser um lugar melhor do que seu quarto...
Quando a unica luz que você quer ver na sua frente é a de uma vela...
Quando o coração está perdido e a alma inquieta...
Quando gritar para o universo do alto de uma montanha parece ser melhor do que se encolher e chorar...
Quando continuar caminhando, mesmo que seus pés não parem de sangrar é a única coisa certa a se fazer...
Quando o desejo de viver é tão interessante quanto a espectativa do fim...
Quando o fim é belo e incerto e por isso mesmo se torna tão interessante quanto viver...
Quando caminhar sobre um fino fio prateado de luar não é um surto e sim a mais pura realidade...
Quando as palavras saem quebrando tudo o que tem pela frente e dessa forma abrem caminho pra que a alma voe livre...
Quando voar já não é o bastante...
Quando respirar é mais do que somente absorver o ar, mas sim o universo...
Quando se entregar é um ato de amor, mesmo sabendo todas a consequencias desse ato...
Quando ser mágico se torna tão natural quanto estar vivo, ou morto não importa, a magia é eterna...
Quando amar é simplesmente isso, amar...
Quando...

E a vida segue...

E a vida segue...
E o mundo se transforma...
E já não somos mais os mesmos...
Mais um ciclo se fechou e outro está começando...
Antes era tão dificil entender e acompanhar esse ciclo, essas mudanças...
Agora por mais dificil que a mudanças possam ser, ela são necessárias...
O caminho se abre à minha frente e agora não há mais volta, mas eu mesmo não quero mais voltar, quero seguir em frente e descobri tudo o que me for capaz, e quero me descobrir capaz cada vez mais e mais...
Ando por esse caminho como uma bailarina que se equilibra sobre a corda de um violino...
E assim eu sigo no caminho da magia...
Aprendendo, conhecendo, me conhecendo, errando e acertando, caindo e levantando, e girando, girando, girando em um ciclo sem fim mas que nunca se repete, que nunca é o mesmo...
No momento em meu caminho uma nova trilha surgiu e eu estou começando a segui-la da melhor maneira que meus conhecimentos permitem no momento, mais sei que irei crescer e melhorar nesse caminho cada vez mais e mais...
Estou começando a trilhar o caminho das fadas, sei que não é facil, assim como sei que não é impossível, só depende de mim o meu progressso nesse caminho, nessa tradição...
Meu caminhar é lento, mas não tenho pressa...
Quero poder aproveitar todo o trajeto e não só o fim da jornada, pois não vai me adiantar de nada chegar ao fim se não tiver aprendido nada durante o caminho...
Já não sou mais o mesmo em muitas coisas, em muitos aspectos, por mais que isso não seja visivel, isso ainda me assusta às vezes, não vou negar, mas estou feliz com as mudanças que aconteceram à espera das outras que ocorrerão, pois sou bruxo, filho da Deusa e do Deus, irmão das Fadas...
E a vida segue...
E eu vou seguindo junto com ela, até que não me seja mais permitido seguir...

Por que é tão dificil dizer o que se sente?

Às vezes a palavra trava na garganta, que pulsa e sangra por não deixar a palavra sair...

Mas nem sempre isso é por medo ou covardia...

É a lembrança de um coração que um dia disse a palavra e sangrou e chorou pela reação do outro coração que a escutou...

E agora esse coração quer dizer a palavra novamente mas não sabe como o outro coração vai reagir...

Mas esse coração não vai fugir a luta e a palavra vai ser dita, não aqui e nem assim mas pessoalmente...

E mesmo que mais uma vez ele chore e sangre será um coração feliz por novamente ter deixado a palavra sair...

E meu coração pulsa na esperança de não ser tarde demais pra dizer a palavra...